sábado, 28 de março de 2015

Smashing Pumpkins em 2015: um show conveniente

Brian Rasic / REX


Há alguns dias tive uma ótima discussão com amigos no Facebook após postar o vídeo do show do Smashing Pumpkins no Chile. E ontem pude conferir ao vivo a apresentação da banda, em Brasília.

O show ocorreu no Net Live Brasília, que recebeu cerca de 3 mil pessoas (no meu olhômetro), ou 50 mil de acordo com a PM, metade de sua capacidade. O som no local estava apenas razoável, mas de acordo com relatos, "melhorou muito" em relação aos outros shows no mesmo local. A fama de "sauna" não se justificou, lá dentro estava um clima agradável (também favorecido uma noite fresca, com temperatura em torno dos 18 graus na hora do show).

Sobre a banda, serei econômico. É um grupo que marcou os anos 90, com um álbum simplesmente extraordinário (Mellon Collie and the Infinite Sadness, de 1995) e os demais "apenas" muito bons até 2000, quando a banda acabou.

Aí concordo com o Mauricio Angelo quando afirma que desde então, ninguém freou a megalomania do Billy Corgan. Com isso, aparecem trabalhos até aceitáveis como o Oceania (2012) com outros que deixam bastante a desejar, como o Zeitgeist (2007).

Assista a banda tocando 1979 em Brasília:



Pois bem, a pergunta que vocês me fazem. Se vale a pena ver o show? Sim, vale. A banda apresenta alguns hits de forma apenas correta, mas que sacia de certa forma a saudade dos fãs. A formação é enxuta e os demais músicos são discretos, meros coadjuvantes. Cerca de metade do setlist são de canções pós-2000. Aí entra a conveniência: você pode ir pra fila da cerveja sem pressa (até porque o atendimento no Net Live deixou a desejar) e se abastecer. Passei uma parte do show ali na fila, acompanhando as músicas novas, que até não são ruins, mas é uma safra bem inferior que a dos anos 90.

Se você parar pra pensar que pagou ingresso pra ver apenas 8 músicas muito boas, você pode até questionar. Mas quando escuta 1979, Bullet With Butterfly Wings, Ava Adore, Cherub Rock, Stand Inside Your Love, Today, Disarm e Tonight, Tonight, percebe que valeu a pena.

Sim, quase imperdoável não tocar The Everlasting Gaze, Zero, Perfect ou até mesmo alguma outra balada como Thirty-Three. Mas Billy Corgan cria e segue suas regras, para o seu próprio mundo. Cada show é uma surpresa. Há 5 anos, no Festival Planeta Terra, ela foi negativa. Agora, com baixas expectativas, o show foi aceitável, conveniente.

Mas não olhe no retrovisor, é uma covardia comparar este grupo com o de 20 anos atrás, como é também nos compararmos com nós mesmos, em 1995. Era outra banda e nós, outras pessoas.

p.s.: não perdi meu tempo assistindo o Young the Giant, valeu mais a pena beber cerveja na porta.