sexta-feira, 3 de outubro de 2014

E o Maroon 5 virou Maroon 1...

Reprodução / wikipedia.org
 
Não tenho nada contra a música pop. Aliás, gosto de muita coisa que é pop. Não me importo se uma banda começou a carreira tocando um determinado estilo e alterou, por motivos pessoais ou comerciais (claro, quando era moleque e ouvia punk rock e new metal, minha opinião não era muito essa).


Se a banda ficou mais pop, foi por opção dela. Agora, se a banda fazia música boa e muda o estilo e fica pior, é claro que posso ser o saudosista chato e dar meus pitacos.

E isso ocorreu com Maroon 5, no novo álbum, V. Aliás, isso começou já há alguns anos, no álbum Hands All Over, graças ao hit "Moves Like Jagger" (que sim, é uma canção pop boa, pegajosa). Mas isso não quer dizer que dá para acertar sempre.

Nos dois primeiros álbuns, era um Maroon 5 de fato, com cinco integrantes: você ouvia uma banda de pop rock talentosa, com os músicos flertando por diversos estilos com propriedade. Pariram grandes canções como "Sunday Morning", "This Love", "Makes Me Wonder", "Won't Go Home Without You" e muitas outras.

Nesse novo álbum, parece um trabalho solo do vocalista Adam Levine, que em muitas passagens, é acompanhado por algo que poderia funcionar apertando um mísero botão. Não percebe-se uma banda, com seus timbres, arranjos e sim, algo pré-programado, como uma artista pop, um Justin Timberlake, por exemplo. Mas o pop que eles fazem não é ainda o pop do Timberlake. Está a caminho, mas ainda precisa melhorar...

Neste trabalho, ainda ouço boas músicas e belos refrões como em "Animals", "Coming Back to You" e "Sugar". "It Always You" começa promissora e entra o 'batidão'. Em muitas passagens, está presente a bateria eletrônica como em "In Your Pocket". Em "New Love" a mesma coisa. Cadê a banda? Mesma pergunto faço em "Feelings", repleta de falsetes e em "Shoot Love" (maaais programações e maaaaais falsetes).

"My Heart Is Open" é uma balada do Maroon 5 antigo (com a Gwen Stefani), aprovada (piano de cauda, este blogueiro chato gosta; mas o refrão poderia ser melhor). Outro exemplo da "banda antiga" é a boazinha "Sex and Candy": confesso que bateu saudade de ouvir bateria de verdade, guitarra (!!), o som que acostumei a escutar deles...

A impressão que fica é que o antigo Maroon 5, hoje legitimado como um "Maroon 6", está pagando muito bem 5 integrantes para ficarem satisfeitos e tocarem pouco, pois a banda está mais para "Maroon 1" (Adam Levine e a infinidade de produtores que guiam este trabalho).

Não é um disco ruim, não mesmo. Mas está bem distante do que a banda soube fazer de melhor. É provável que insistam nesses "atalhos do mercado" e vão se dar bem (aliás, já estavam bem antes deste cd).

Mas o chato aqui, vai sempre reclamar, pois eles já foram bem melhores. Aguentem.

Assista ao videoclipe de "Maps", primeiro single deste novo trabalho.