segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Linkin Park e Panic! agradam público em Brasília

(Créditos: Rômulo Juracy / Esp.CB/D.A. Press)

As escolhas de Linkin Park e Panic! at the Disco como principais atrações na edição brasiliense do Circuito Banco do Brasil foi conectada com os anseios do público... De 2005. Mesmo com quase dez anos de atraso, a expectativa e o saudosismo, elementos fundamentais na vida de todo roqueiro, moveram milhares de pessoas (algo entre 20 mil e 30 mil pessoas, no meu olhômetro que nunca acerta) para o estacionamento do Mané Garrincha.

Não tive paciência para aguentar a Plebe Rude (somada por Dado e Bonfá). O calor era implacável e quis preservar minha saúde física e mental. Cheguei pra ver o Skank, que mesmo sem lançar um álbum relevante nos últimos dez anos, fez um show sensacional, mesclando a quantidade (bem generosa) de hits com algumas músicas (muito boas) do recente trabalho. Banda afiada, ensaiada, um dos melhores shows do pop rock nacional sem a menor sombra de dúvidas.

O Panic! at the Disco está longe de ser minha banda predileta desse nicho (pop punk, emo, nomeie como quiser), mas fui curioso para conferir alguma música do excelente Pretty Odd (segundo disco dos caras), álbum com clara influência beatle, bem diferente dos demais. Inclusive a banda "rachou" após deste lançamento, dois integrantes saíram e o grupo resolveu voltar ao som do primeiro cd. E hoje ela está nesse estilo (inclusive nos dois recentes trabalhos), que não me interessam muito. Gostei da dobradinha Nine in the Afternoon (desde álbum que falei) / Bohemian Rhapsody (do Queen) e a saideira, o primeiro hit do grupo, I Write Sins Not Tragedies.

Já o Linkin Park também está longe de ser meu grupo predileto do new metal, apesar de eu ter declarado que gostei do recente trabalho dos caras The Hunting Party (2014), algo que motivou a sofrer bullying diário nas redes sociais e na rua. O show foi melhor do que o anterior que conferi, no festival SWU (em 2010), quando eles estavam em uma fase chatinha, divulgando o hum, "climático" A Thousand Suns. O miolo da apresentação caiu bastante exatamente por resgatarem esse clima, mas os hits dos primeiros álbuns e do meu predileto, o Minutes to Midnight (2007) no início e final do show, animaram (em muito) o público, que cerca de 80% estava lá por eles. E sim, as músicas do (bom) álbum lançado neste ano, funcionam bem no palco (mais bullying por aí haha).

A organização foi excelente, só achei que R$ 8 por uma latinha de cerveja e R$ 5 na água ficou um pouco salgado para um festival que deixou um doce sorriso nos fãs de várias gerações. Aguardamos as próximas edições.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

E o Maroon 5 virou Maroon 1...

Reprodução / wikipedia.org
 
Não tenho nada contra a música pop. Aliás, gosto de muita coisa que é pop. Não me importo se uma banda começou a carreira tocando um determinado estilo e alterou, por motivos pessoais ou comerciais (claro, quando era moleque e ouvia punk rock e new metal, minha opinião não era muito essa).


Se a banda ficou mais pop, foi por opção dela. Agora, se a banda fazia música boa e muda o estilo e fica pior, é claro que posso ser o saudosista chato e dar meus pitacos.

E isso ocorreu com Maroon 5, no novo álbum, V. Aliás, isso começou já há alguns anos, no álbum Hands All Over, graças ao hit "Moves Like Jagger" (que sim, é uma canção pop boa, pegajosa). Mas isso não quer dizer que dá para acertar sempre.

Nos dois primeiros álbuns, era um Maroon 5 de fato, com cinco integrantes: você ouvia uma banda de pop rock talentosa, com os músicos flertando por diversos estilos com propriedade. Pariram grandes canções como "Sunday Morning", "This Love", "Makes Me Wonder", "Won't Go Home Without You" e muitas outras.

Nesse novo álbum, parece um trabalho solo do vocalista Adam Levine, que em muitas passagens, é acompanhado por algo que poderia funcionar apertando um mísero botão. Não percebe-se uma banda, com seus timbres, arranjos e sim, algo pré-programado, como uma artista pop, um Justin Timberlake, por exemplo. Mas o pop que eles fazem não é ainda o pop do Timberlake. Está a caminho, mas ainda precisa melhorar...

Neste trabalho, ainda ouço boas músicas e belos refrões como em "Animals", "Coming Back to You" e "Sugar". "It Always You" começa promissora e entra o 'batidão'. Em muitas passagens, está presente a bateria eletrônica como em "In Your Pocket". Em "New Love" a mesma coisa. Cadê a banda? Mesma pergunto faço em "Feelings", repleta de falsetes e em "Shoot Love" (maaais programações e maaaaais falsetes).

"My Heart Is Open" é uma balada do Maroon 5 antigo (com a Gwen Stefani), aprovada (piano de cauda, este blogueiro chato gosta; mas o refrão poderia ser melhor). Outro exemplo da "banda antiga" é a boazinha "Sex and Candy": confesso que bateu saudade de ouvir bateria de verdade, guitarra (!!), o som que acostumei a escutar deles...

A impressão que fica é que o antigo Maroon 5, hoje legitimado como um "Maroon 6", está pagando muito bem 5 integrantes para ficarem satisfeitos e tocarem pouco, pois a banda está mais para "Maroon 1" (Adam Levine e a infinidade de produtores que guiam este trabalho).

Não é um disco ruim, não mesmo. Mas está bem distante do que a banda soube fazer de melhor. É provável que insistam nesses "atalhos do mercado" e vão se dar bem (aliás, já estavam bem antes deste cd).

Mas o chato aqui, vai sempre reclamar, pois eles já foram bem melhores. Aguentem.

Assista ao videoclipe de "Maps", primeiro single deste novo trabalho.